domingo, 11 de março de 2012

Mass Effect, um game para pensar.



Acabei de zerar o terceiro e ultimo game da serie Mass Effect.
Só tenho uma coisa a dizer: espetacular!

Meu Shepard \o\

Sério, tem muita gente reclamando do jogo, falando que o final foi uma bosta e bla bla blá. 
No meu ponto de vista, o jogo é uma forma de arte. Assim como qualquer livro ou filme, quem escolhe o final é o autor(no caso de Mass Effect, os autores). Por mais liberdade que temos no jogo, ainda assim é uma história pré-definida. O final faz parte da totalidade da obra.



Talvez no futuro, com o avanço da IA, existam jogos com história dinâmica (feitas em tempo real), mas até lá é bom a gente se contentar com o que tem.

Mas não vou falar sobre essas coisas aqui. Quero falar sobre a crítica social e algumas reflexões filosóficas que são abordadas no jogo.

Pois é, por traz de todos os tiroteios, efeitos especiais, cenas épicas e gráficos super bem feitos ainda existe uma abordagem à assuntos polêmicos. Não é muito comum jogos AAA tratarem de temas tão delicados como preconceito (racial e sexual), questão da origem da vida, questões éticas, relação homem-maquina e por aí vai...
O jogo consegue abordar esses temas sem se tornar chato, pelo contrario, ele te induz a querer saber sempre mais. Vou explicar.


Mass Effect é um RPG misturado com ação onde cada decisão sua afeta, de alguma forma, o jogo. Como todo RPG, existem npc's e a interação entre você e esses npc's está em outro nível, cada personagem tem sua própria história, medos, desejos e personalidade. Personagens tão detalhados em uma série com três games e mais de 80 horas de jogo não poderia resultar em outra coisa a não ser a imersão.
Você realmente se torna o comandante Shepard.


Em muitos momentos você deve conversar com os npc's. Entre uma conversa e outra surgem assuntos peculiares e que te fazem pensar, como um membro(homem) da sua tripulação sofrendo pela morte do seu marido, ou então um alienígena triste com o preconceito que sua raça sofre.

Mais polêmico que mamilos!(ou não)

Uma cena que não sai da minha cabeça é uma conversa com um robô que possui IA. Durante a conversa, o robô pergunta: "Sera que isto possui uma alma?"(referindo a si mesmo), parece uma pergunta simples e obvia, mas no contexto do jogo, realmente não é. Pois você está apegado emocionalmente ao robô, você considera ele como um amigo, muita coisa já aconteceu até chegar naquele momento.

Acho que esse é o caminho para os jogos que desejam algo mais do que apenas diversão. O jogo deve ser imersivo. Eu poderia ficar dando exemplos aqui, mas vai ficar muito chato, é melhor você jogar!

Não sei se Mass Effect tinha alguma intenção de criticar e fazer o jogador refletir sobre algo ou só queria proporcionar o máximo de liberdade possível, mas o fato é que esse jogo acabou me dando muitas ideias sobre como seria um "jogo crítico".

Haha... agora eu fico pensando na Janet Murray, se ela considera tetris uma puta critica à sociedade, imagine se ela jogasse Mass Effect.


#edit
Ontem eu tive uma discussão com um usuário da GameVicio a respeito do final do game Mass Effect, ele levantou uma questão que achei bem interessante e não tinha considerado: mesmo que seja uma obra de arte, a propaganda que eles fizeram em cima do game não permitia um final "ruim". Não acompanhei a campanha publicitária do jogo, mas parece que eles estavam prometendo um final monstruoso.
Não mudei minha opinião sobre nada, até pq isso é uma coisa bem subjetiva, mas é um fato interessante a se considerar.

Nenhum comentário:

Postar um comentário